sábado, 14 de julho de 2012

NÃO DÁ PRA SER VIZINHO DE SOJEIRO!!!!!



Companheiros do Maranhão relatam os impactos da soja na agricultura familiar camponesa com o aumento de insetos.Os sojeiros  vão cercando as propriedades e causando muitos estragos nas plantações.
Parabéns ao Seu Vicente por resistir heroicamente e permanecer na sua terra, garantindo nossos bacuris !!!!
Adificuldade de conviver com a soja vem sendo denunciada em vários lugares. Em Santarém/Pará, agricultores relatam o aumento de vários tipos de insetos e a queda da produtividade, fora o mal estar das pessoas pela poluição dos produtos. Aqui no nordeste paraense o consumo de agrotóxicos é grande e assustador!!! Muita gente (empresários, camponeses, sitiantes) costuma usar periódicamente formicidas e o glifosato (mata mato), este de baixo custo pois têm incentivo do governo, isenção de impostos, economiza trabalho na capina e muita gente ainda não acredita que faça mal à saúde. Usam sem proteção, jogam as embalagens no tempo, nos igarapés...e não se vê por aqui um trabalho consistente de conscientização dos males e divulgação de técnicas alternativas.

Vejam o o caso do Maranhão por Mayron Regis- Fórum Carajás

"O GIGANTE GENTIL"

De uma hora para outra surgiram formigas na horta do Vicente, o "Gigante Gentil" da comunidade de Carrancas, município de Buriti de Inácia Vaz. Elas permaneciam próximas às margens do rio Preto. Ele não sabia responder o porquê dessa erupção de formigas. Vicente não se dava conta, mas pagava um preço pelo desmatamento de uma área vizinha a sua para que um “gaúcho” plantasse soja. Antes a mata fechada e os predadores naturais impediam que as formigas saíssem do seu habitat. A área permeada de agrotóxicos é proibitiva para elas, então sobrou para horta de Vicente ser atacada. O que resta ao Vicente é esperar que as formigas se tranquilizem em sua área e pulverizar sua horta com defensivos naturais. 
Esse é um dos exemplos de desequilíbrio ecológico que a monocultura da soja trouxe para o Baixo Parnaiba maranhense e para a agricultura familiar. Os agricult ores familiares podiam entrar na onda dos agrotóxicos que estaria tudo bem, pelo menos, para as fabricantes de agrotóxico e para o governo federal que recolhe impostos. As organizações da sociedade civil aconselham aos agricultores para não aderirem ao mercado dos agrotóxicos por mais tentador que seja.
Outro conselho dado ao Vicente foi que recusasse a proposta do André, plantador de soja, de trocar seus 160 hectares de Chapada por uma colcha de retalho de várias propriedades. Ele conta o tanto de vezes que seu primo Mazinho, funcionário do André, ia a sua casa para convencê-lo a aceitar a proposta. De forma inteligente, Vicente pediu um valor muito alto que fez com que o André recuasse. Depois disso nunca mais o primo Mazinho deu as caras. Só se sabe que levou uma sova da esposa.
Com a recusa da venda da terra, Vicente levou adiante o projeto de manejo de bacuri em sua área, financiado com recursos do Centro de Apoio Sócio Ambiental, e a construção de um galinheiro em conjunto com mais nove pessoas, financiado com recursos da agencia de cooperação alemã ASW.   Caso Vicente e seu irmão tivessem aceito a proposta do André seria menos uma propriedade da agricultura familiar e os perigos da monocultura se avantajariam sobre os demais proprietários. O modelo implantado na Chapada do Vicente vem sendo imitado em outras propriedades da comunidade de Carrancas principalmente na compra da forrageira que possibilita a diminuição dos custos na criação de animais.
Mayron Régis
Enviado por Edmilson Pinheiro,www.forumcarajas.org.br

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