sábado, 31 de março de 2012

A Beleza da Polinização em Alta Definição e Câmera Lenta


“Raramente vista a olho nu, esta intersecção entre o mundo animal e o mundo vegetal é um momento verdadeiramente mágico”, admite Schwartzberg.
Dependemos dos polinizadores para mais de um terço das frutas e vegetais que comemos. Deles é um ecossistema frágil, essencial à vida no nosso planeta. Muitos cientistas acreditam que o desaparecimento destes animais é o problema mais grave que a humanidade enfrenta.
Fica a recomendação do autor: aproveite sempre para cheirar as flores e para as deixar preenchê-lo com a beleza e a maravilha da natureza.
Fonte: [ blog O Único Planeta que Temos ]

Inseticidas seriam responsáveis por morte em massa de abelhas, apontam estudos



Substâncias introduzidas nos anos 1990 afetam a capacidade de orientação dos insetos.

A reportagem é de Josep Corbella e está publicada no jornal espanhol La Vanguardia, 29-03-2012. A tradução é do Cepat.
Duas pesquisas independentes, uma britânica e outra francesa, demonstraram que um tipo de inseticida introduzido há 20 anos prejudica a capacidade de orientação das abelhas e zangões. O estudo francês demonstra, além disso, que quando os insetos estão expostos a estes inseticidas, aumenta sua mortalidade. O britânico, que o número de abelhas rainhas cai vertiginosamente e as colmeias entram em declive.

Ambas as pesquisas, apresentadas na revista Science, se basearam em um tipo de inseticida chamado neonicotinoides que atualmente é utilizado em grande escala para proteger as colheitas em grande parte do mundo. Estes inseticidas emergem como supostos responsáveis – ou pelo menos cúmplices – pelos colapsos de abelhas observados na América do Norte e na Europa na última década. Entretanto, as pesquisas não descartam que outros fatores, tais como, transtornos imunológicos ou infecções, possam estar contribuindo para o declive das abelhas.

Os novos resultados “têm implicações importantes quando se trata de processos de autorização de inseticidas”, declarou em um comunicado Michaël Henry, primeiro autor do estudo francês, do Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica, em Aviñón. Até agora, para que um inseticida seja autorizado, deve-se demonstrar que não causa diretamente a morte de abelhas nas doses em que é empregado habitualmente. Contudo, adverte Michaël, não se observa se pode alterar o comportamento das abelhas e causar sua morte de maneira indireta.

No estudo inglês, feito pela Universidade de Stirling, foram misturadas pequenas doses de inseticida imidacloprid na dieta de 50 colônias de abelhas. Estas quantidades simulavam aquelas que os insetos encontram nas plantações de colza. A outras 25 colônias de abelhas foi dada uma dieta livre do inseticida.

Posteriormente, as abelhas foram deixadas livres durante seis semanas para que pudessem procurar seu alimento em jardins, florestas e plantações. Ao final das seis semanas, as colônias de abelhas que haviam ingerido o inseticida eram entre 8% e 12% menores que as colônias daquelas que não o haviam ingerido. Esta diferença de peso é atribuída ao fato de que os insetos tenham trazido menos alimento à colméia e haviam nascido menos operárias.

O resultado mais chamativo da pesquisa é a diferença no número de rainhas entre umas colmeias e outras. Se os insetos que não haviam ingerido o inseticida tinham uma média de 13 rainhas por colméia, as que o haviam ingerido tinham uma média de 1,7. Embora o estudo não esclareça qual seja a causa desta diferença, os autores do trabalho a atribuem ao fato de que os pesticidas afetam o sistema nervoso das abelhas e que distorce sua capacidade de orientação.

Esta interpretação coincide com os dados do estudo francês realizado com abelhas e com o inseticida tiametoxam. Neste caso fixaram chips eletrônicos ao tórax de 653 abelhas, das quais uma parte recebeu uma dose de inseticida. Os pesquisadores observaram que 43% das abelhas expostas ao inseticida morreram fora da colmeia – supostamente porque grande parte delas se perdeu. Entre as que não receberam o inseticida, 17% morreram fora da colmeia.

A BayerCropScience, fabricante de inseticidas neonicotinoides, considera que estes dados não demonstram que seus produtos sejam responsáveis pela diminuição das populações de abelhas, segundo outro artigo publicado esta semana na Science.

Dado que as abelhas ajudam a polinizar plantações economicamente importantes como a maçã e o amendoim – entre outros –, os governos começaram a estudar novas medidas para proteger os insetos. Na Europa, a Autoridade de Segurança Alimentar estuda uma nova lei para avaliar o risco dos inseticidas para as abelhas. Nos Estados Unidos, a Agência de Proteção Ambiental convocará um grupo de especialistas no outono para abordar a mesma questão.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/508035-inseticidas-seriam-responsaveis-por-morte-em-massa-de-abelhas-apontam-estudos
A foto é do blog http://www.tudosobreplantas.com.br/blog/index.php/tag/abelhas/

Sair do Apartheid da Natureza

sexta-feira, 30 de março de 2012

Decisões favoráveis aos índios priorizam direito à vida em detrimento do direito à propriedade mas não é definitivo e a luta não pode parar!!!



Renato Santana
De Brasília

Três importantes decisões da Justiça garantiram esta semana a permanência de comunidades indígenas Kaingang, no Rio Grande do Sul, e Guarani Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, nas retomadas feitas em territórios de ocupação tradicional. Em duas delas, a decisão dos magistrados é clara: o direito dos índios prepondera sobre direitos privados, ou seja, a vida de um povo vale mais que a propriedade.  

Depois de um mês marcado pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215 na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara Federal, onde a bancada ruralista propõe a transferência da demarcação e homologação de terras indígenas, quilombolas e áreas de conservação ambiental do Executivo para o Congresso Nacional, as decisões da Justiça são motivo de alegria para o movimento indígena.

“O direito dos índios sobre terras tradicionalmente ocupadas por suas comunidades é originário, reconhecido pela Constituição Federal e prepondera sobre direitos privados, direitos adquiridos e, inclusive, sobre propriedade registrada em escritura pública”, disse Fernando Quadros da Silva, presidente da 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), com sede em Porto Alegre (RS).

O desembargador manteve decisão que suspendeu a reintegração de posse da Terra Indígena Passo Grande do Rio Forquilha, entre os municípios Cacique Doble e Sananduva, noroeste gaúcho. Em 19 de abril do ano passado, o Ministério da Justiça publicou Portaria Declaratória de demarcação da área. No entanto, a Justiça Federal de Erechim determinou em agosto que as terras demarcadas fossem devolvidas ao proprietário.

A procuradoria da Fundação Nacional do Índio (Funai) recorreu, garantindo que a ocupação dos Kaingang é tradicional, conforme estudos antropológicos de identificação e demarcação. O proprietário, por sua vez, lá chegou em 2004. Os indígenas seguem na retomada da área, de onde foram expulsos por frentes colonizadoras no decorrer do século XX.

O último indígena de lá saiu sob tiros em 1972, sendo que documentos de 1889 mencionam a presença dos Kaingang na área, além de relatos passados de geração para geração e anciãos que em Passo Grande se criaram antes da retirada forçada feita pelos latifundiários. A decisão dos desembargadores foi unânime e os índios ficam no local até o processo de reintegração ser julgado pela Justiça Federal de Erechim – a mesma que derrubou a Portaria do Ministério da Justiça.

Para as lideranças Kaingang a vitória é importante, aponta que setores da Justiça estão empenhados em garantir os direitos constitucionais dos indígenas, mas a mobilização não pode parar.

Permanência no tekoha  

Outras duas importantes decisões partiram do Tribunal Regional da 3ª Região (TRF-3), com sede em São Paulo, envolvendo o povo Guarani Kaiowá. Cerca de 310 indígenas que vivem no tekoha Yvy Katu, em Japorã, poderão permanecer na terra de ocupação tradicional. Há oito anos, os Kaiowá retomaram a área de 260 hectares, que fica dentro da Fazenda Remanso Guaçu.

A decisão deverá ser mantida até que ação de reintegração de posse seja julgada pela Justiça Federal. Yvy Katu faz parte de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre Funai e Ministério Público Federal (MPF), que exige o urgente trabalho de identificação e demarcação da terra indígena.

O próprio MPF entrou com recurso no TRF-3 pedindo que os desembargadores suspendessem liminar da Justiça Federal de Naviraí (MS), que determinava a reintegração de posse da área ao suposto proprietário. O desembargador Newton De Lucca, presidente do TRF-3, decidiu atender ao pedido do MPF.  

Por dois votos a um, o mesmo TRF-3 decidiu que os Guarani Kaiowá do tekoha Laranjeira Nhanderú, município de Rio Brilhante (MS), devem permanecer na área retomada. A decisão deverá ser mantida até que se faça perícia judicial – estudos antropológicos e fundiários -, requisitada pelo juiz de 1ª instância da Justiça Federal de Dourados.  

No entanto, mais uma vez chama a atenção os argumentos dos desembargadores que votaram contra a reintegração de posse e pela retirada dos indígenas: o direito à vida se sobrepõe ao de propriedade; o segundo pode ser compensado financeiramente, já o primeiro não. Além disso, os desembargadores acompanharam as justificativas do MPF: trata-se de direito originário, portanto constitucionalmente os Guarani Kaiowá devem permanecer no local.

TRF-5: julgamento de lideranças Xukuru   

Entrou na pauta do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), em Recife (PE), o julgamento do Recurso de Apelação de 35 lideranças do povo Xukuru do Ororubá, condenadas pela Justiça Federal de Pernambuco a penas que variam entre 10 e 13 anos. Os desembargadores votam a questão no próximo dia 17 de abril.

Os indígenas são acusados de praticar, em fevereiro de 2003, crimes contra o patrimônio de fazendeiros invasores e demais ocupantes da terra indígena Xukuru, na Serra do Ororubá – já homologada pela Presidência da República desde 2001.

Horas depois de atentado sofrido pelo cacique Marcos Xukuru, que culminou no assassinato de dois indígenas que o escoltavam, a comunidade se rebelou e decidiu retirar da terra indígena os invasores. Tal como nas decisões do TRF 3 e 4, o cacique Marcos Xukuru espera que os desembargadores em Recife façam justiça e absolvam as lideranças das acusações.

“Meu pai (cacique Xikão) e outros indígenas foram assassinados, eu sofri um atentado com a terra já homologada, meu povo vem de muitos anos de luta e sofrimento pelo território e ainda corremos o risco de prisão. Então a tensão é grande”, declarou o cacique durante a Marcha Xukuru, no ano passado, quando se completou 13 anos do assassinato de cacique Xikão no Bairro Xukuru, em Pesqueira (PE).   

Depoimentos não incluídos

Os indígenas, vítimas da espoliação de seu território e morte de suas lideranças, foram parar no banco dos réus e um dos fazendeiros envolvidos no atentado sequer foi denunciado no processo referente aos indígenas mortos.

“Eu espero que seja feita justiça. As investigações feitas sobre o caso deixaram de considerar vários depoimentos, sobretudo os fatos que vitimaram o cacique Marcos, estopim para os eventos seguintes. Espero que os indígenas não sejam punidos, quando são vítimas”, declara a Subprocuradora Geral da República, Raquel Dodge.

Raquel lembra que naquele dia eles visitaram o cacique Marcos, “muito machucado e sedado por uns medicamentos para controlar infecções”; se dirigiram até a Vila de Cimbres, palco do conflito, e na sequência foram conversar com o delegado de Pesqueira, que ia começar as primeiras oitivas, mas desistiu.

“Então Nilmário, o presidente da Funai e eu decidimos colher os depoimentos. Começamos às 22 horas e acabamos no dia seguinte, por volta das 6 horas da manhã. Depois uma comissão foi designada pela Secretaria Especial de Direitos Humanos”, explica a Subprocuradora.

A questão é que nenhum destes depoimentos – “das testemunhas oculares” - foram considerados pela Justiça Federal. “O que eu espero é que os desembargadores façam justiça e examinem se as provas entregadas foram completas e revelam os meandros do episódio”, pede Raquel Dodge.
 Veja audio e mais fotos: http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=6165&action=read

Estado do Pará vende terras públicas a preços irrisórios

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Da Comissão Pastoral da Terra

O Estado do Pará, que deveria reaver e retomar as áreas públicas, correspondentes às fazendas Espírito Santo e Mundo Novo, localizadas no Sul do Pará, que foram ilegalmente destacadas do Estado, está vendendo essas terras a preço irrisório, bem abaixo do valor de mercado, dilapidando o próprio patrimônio.
Em 09 de junho de 2010, o Estado do Pará ingressou com Ações Civis Públicas perante a Vara Agrária de Redenção, para reaver essas terras do Estado, contra Benedito Mutran Filho, Cláudia Dacier Lobato Prantera Mutran, Alcobaça Participações Ltda e Agropecuária Santa Bárbara Xinguara S/A, esta pertencente ao grupo Opportunity, que tem como um de seus sócios o banqueiro Daniel Dantas. Em razão dessas ações, essas áreas estão com os suas matrículas bloqueadas no cartório de registro de imóveis de Xinguara.
Essas terras foram concedidas no final da década de 1950 à família Mutran, por aforamento, isto é, para coleta de castanha-do-Pará, onde o Estado permitia a exploração da castanha, sem contudo transferi-la do patrimônio público ao privado.
Entretanto, esta atividade original do aforamento, a extração de castanha-do-pará, foi deixada de lado, sem a autorização do Estado, para a atividade pecuária, inclusive com desmatamento de grande parte das áreas e exploração de madeira.
Benedito Mutran Filho, antes mesmo de obter o ato de alienação definitiva dessas fazendas, o que supostamente ocorreu no dia 28 de dezembro de 2006, fez contratos de promessa de compra e venda dos imóveis em 09 de setembro de 2005 às empresas Santa Bárbara e Alcobaça. Na época, o ato de alienação concedido pelo Iterpa em favor de Benedito Mutran Filho foi realizado sem qualquer autorização do chefe do Poder Executivo, o Governador, o que caracteriza a sua nulidade.
O que é muito mais grave é que, apesar de ter sido o próprio Estado do Pará quem ingressou com as ações para reaver essas terras públicas, este mesmo Estado firmou acordo com Benedito Mutran nos processos para vender as mesmas a um valor muito abaixo do valor de mercado, a preço de “banana”, chegando a ser até mais de 13 vezes menor que o valor que elas realmente valiam. Por exemplo, a fazenda Mundo Novo, que o Estado do Pará vendeu no acordo a Benedito Mutran pelo valor aproximado de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), foi vendida pelo mesmo Mutran ao Grupo Santa Bárbara por mais de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais). Valor esse que chega a ser 13 vezes maior do que o Estado do Pará vendeu.
Não bastassem essas gravíssimas ilegalidades e irregularidades, os Procuradores do Estado do Pará estão prevendo, no acordo, honorários de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para sua Associação particular, portanto se beneficiando pessoalmente.
O que o Estado do Pará ganha em vender suas terras a preço tão irrisório?
O acordo já foi celebrado, faltando apenas o juiz da Vara Agrária de Redenção homologar.
Diante disso, para preservar o interesse e o patrimônio público exige-se:
1. A não homologação do acordo pelo poder judiciário, vez que assim o fazendo, o judiciário estaria sendo conivente com as ilegalidades e irregularidades dos processos.
2. A atuação do Ministério Público Estadual e Federal que deve agir de maneira exemplar para zelar pelo patrimônio público e investigar e denunciar as ilegalidades do processo.
Xinguara, 26 de março de 2012.
Comissão Pastoral da Terra de Xinguara, Sul do Pará
Comissão Pastoral da Terra de Marabá, Sudeste do Pará
http://www.mst.org.br/Estado-do-Para-vende-terras-publicas-a-precos-irrisorios%20#.T3Ui2fwdgYs.gmail
Enviada por Tânia Pacheco http://racismoambiental.net.br/2012/03/estado-do-para-vende-terras-publicas-a-precos-irrisorios/

Agroecologia e Economia Solidária estão entre os eixos centrais na Cúpula dos Povos como soluções práticas à crise socioambiental. Veja a programação e participe!!!!!

Cúpula dos Povos será realizada em torno de três eixos: denúncia, soluções e fortalecimento da luta anti-capitalista


Denunciar as causas da crise socioambiental, apresentar soluções práticas e fortalecer movimentos sociais do Brasil e do mundo. Quem participar da Cúpula dos Povos na Rio+20, entre 15 e 23 de junho, vai encontrar uma programação estruturada nesses três pilares. O Grupo de Articulação da Cúpula, formado por mais de 50 redes nacionais e internacionais, identificou os principais temas a serem debatidos durante a conferência e dividiu essas abordagens em três eixos, que servirão como um “guia prático” das atividades.
O primeiro eixo tem um caráter crítico. Com a denúncia das causas estruturais das crises, das falsas soluções e das novas formas de reprodução do capital, a Cúpula pretende expor à sociedade civil as razões dos problemas de ordem social e ambiental do planeta –  ao contrário da Rio+20, como lembra Ivo Lesbaupin, da Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong).
“A Rio+20 vai esconder essas causas. No Rascunho Zero do documento oficial, não são citadas as causas dos desastres ambientais. E por que não falam da origem do problema? Porque com a omissão, fica mais fácil de não resolver”, lembra o representante da Abong. “Basta pensarmos nas causas do desmatamento, por exemplo, e veremos que o agronegócio é a causa por trás disso. É só olhar para a Amazônia para perceber que a exploração dos recursos da floresta é permitida e que as fronteiras do agronegócio estão se expandindo cada vez mais”.
Como o atual sistema econômico também é visto pela Cúpula como um entrave ao desenvolvimento verdadeiramente sustentável, a Rio+20 está sendo encarada como um evento de falsas soluções. “O modelo econômico se baseia na alta produção e no alto consumo. Com a crise, o capitalismo está encontrando uma nova forma de aumentar esses índices: explorando e mercantilizando os recursos naturais do planeta. Por isso, a economia verde é uma farsa. Não é solução, é agravante”, destaca Lesbaupin.
Com a participação de representantes de mais de 20 países, a Cúpula vai apresentar soluções e novos paradigmas dos povos para os problemas mais graves enfrentados hoje no mundo. Na opinião de Ivo, este é o principal eixo do evento. “A nossa crítica terá mais força ao apresentarmos as soluções”.
Muitas das soluções que serão apresentadas durante o evento já são praticadas. Contudo, como ressalta Ivo, não têm visibilidade. “Muitas práticas não são difundidas, ficam restritas a uma região, e não são assumidas pelos governos. Mas vamos mostrar que é possível fazer diferente, valorizar as soluções dos povos e levar práticas em vez de teorias”.
Ivo cita três importantes iniciativas. Uma delas é a agroecologia, que permite a produção de produtos agrícolas sem o uso de agrotóxicos, não maltrata o solo e, ainda, gera empregos e renda ao estimular a agricultura familiar. Outra prática é a da economia solidária, que valoriza, acima de tudo, o capital humano, com base no cooperativismo para a produção de bens e serviços. Além desses modos de produção alternativos, a Cúpula também vai dar visibilidade a tecnologias sociais, como a construção de cisternas sustentáveis no semi-árido nordestino.
Por fim, o terceiro eixo vai  estimular organizações e movimentos sociais a articular processos de luta anticapitalista pós-Rio+20. Para isso, durante o encontro, os grupos deverão integrar agendas e campanhas. “É preciso ter mobilizações cada vez mais fortalecidas. A Cúpula quer deixar esse legado”, declara Ivo.
Inscreva sua atividade
A Cúpula dos Povos é colaborativa. As inscrições de atividades serão abertas na próxima segunda-feira, dia 2 de abril. Para fazer sua proposta, é preciso que a atividade se enquadre em um dos três eixos apresentados. A ação também deve representar organizações ou movimentos sociais. Articule-se!

http://cupuladospovos.org.br/2012/03/cupula-sera-realizada-em-torno-de-tres-eixos/
Enviado por Tânia Pacheco: http://racismoambiental.net.br/2012/03/cupula-dos-povos-sera-realizada-em-torno-de-tres-eixos/#more-47987

quinta-feira, 29 de março de 2012

Egberto Gismonti - Palhaço [studio version] Música iluminada

*ORAÇÃO LAKOTA* (WAKAN TANKA)



Grande Mistério,
Ensina-me a confiar em meu coração,
em minha mente,
em minha intuição,
na minha sabedoria interna,
nos sentidos do meu corpo,
nas bençãos de meu espírito.
Ensina-me a decifrar os meus sonhos,
e ver também, com o olho da alma,
Ensina-me a confiar nisso tudo,
para que eu possa entrar no meu Espaço Sagrado
e amar além de meu medo,
E dessa forma Caminhar em Equilíbrio
a cada passo do glorioso Avô Sol.

De acordo com o Povo Nativo, o Espaço Sagrado 
é o espaço entre a exalação e a inspiração.

Caminhar com Beleza é ter o Céu (espiritualidade) e a Terra (físico) em Harmonia.



Oração pela Libertação dos Povos Indígenas



Parem de podar as minhas folhas e tirar minha enxada
Basta de afogar as minhas crenças e torar minha raíz.
Cessem de arrancar os meus pulmões e sufocar minha razão
Chega de matar minhas cantigas e calar minha voz.
Não se seca a raíz de quem tem sementes
Espalhadas pela terra pra brotar.
Não se apaga dos avós - rica memória
Veia ancestral: rituais para se lembrar
Não se aparam largas asas
Que o céu é liberdade
E a fé é encontrá-la.
Rogai por nós, meu pai-Xamã
Pra que o espírito ruim da mata
Não provoque a fraqueza, a miséria e a morte.
Rogai por nós - terra nossa mãe
Pra que essas roupas rotas
E esses homens maus
Se acabem ao toque dos maracás.
Afastai-nos das desgraça, da cachaça e da discórdia,
Ajudai a unidade entre as nações.
Alumiai homens, mulheres e crianças,
Apagai entre os fortes a inveja e a ingratidão.
Dai-nos luz, fé, a vida nas pajelanças,
Evitai, Ó Tupã, a violência e a matança.
Num lugar sagrado junto ao igarapé.
Nas noites de lua cheia, ó MARÇAL, chamai
Os espíritos das rochas para dançarmos o Toré.
Trazei-nos nas festas da mandioca e pajés
Uma resistência de vida
Após bebermos nossa chicha com fé.
Rogai por nós, aves-dos-céus
Pra que venham onças, caititus, siriemas e capivaras
Cingir rios Jurema, São Francisco ou Paraná.
Cingir até os mares do Atlântico
Porque pacíficos somos, no entanto.
Mostrai nossa caminho feito boto
Alumiai pro futuro nossa estrela
Ajudai a tocar as flautas mágicas
Pra vos cantar uma cantiga de oferenda
Ou dançar num ritual Iamaká.
Rogai por nós, ave-Xamã
No Nordeste, no Sul toda manhã.
No Amazonas, agreste ou no coração da cunhã.
Rogai por nós, araras, pintados ou tatus,
Vinde em nosso encontro
Meu Deus, NHENDIRU !
Fazei feliz nossa mintã
Que de barrigas índias vão renascer.
Dai-nos cada dia de esperança
Porque só pedimos terra e paz
Pra nossas pobres - essas ricas crianças.

Nhendiru: Deus
Mintã: criança

(Eliane Potiguara)


Lakota



Enviada por CIMI Nacional via Facebook

quarta-feira, 28 de março de 2012

Produtos da agricultura familiar no cardápio na Cúpula dos Povos pelo PAA

Aos participantes, a Cúpula dos Povos vai oferecer cerca de 20 mil refeições diárias, preparadas a partir de alimentos produzidos por associações e cooperativas de agricultura familiar.
Por Monike Mar, da redação

A agroecologia será mais do que pauta de debates durante a Cúpula dos Povos. Durante os oito dias de conferência, cerca de 10 mil participantes terão a oportunidade de vivenciar um programa que coloca a agricultura familiar à frente da produção de alimentos. Frutas, legumes e cereais produzidos por pequenos agricultores vão compor o cardápio do evento, que estima oferecer até 20 mil refeições por dia.
Biodiversidade é palavra de ordem: serão adquiridos mais de cem tipos diferentes de alimentos agroecológicos, produzidos de modo sustentável. Para quem ainda não está por dentro do termo, agroecologia pode ser entendida como uma forma de produção que agrega conhecimentos populares e tradicionais para a produção de alimentos, sempre em harmonia com a natureza e seus recursos. Mas também pode ser mais do que isso.
“A agroecologia, hoje, é um conjunto de mudanças de paradigmas na produção de alimentos, no qual os agricultores têm uma outra relação com o território. Há um tempo atrás, era chamada de agricultura alternativa. Hoje, fazemos ciência, pesquisamos e fazemos da agroecologia uma solução para a crise socioambiental”, explicou Marcelo Durão, da Via Campesina, durante coletiva de imprensa sobre a Cúpula realizada nesta segunda-feira (19/3), no Rio de Janeiro. A agroecologia envolve práticas como a não utilização de agrotóxicos no cultivo de vegetais, equilíbrio do solo e respeito às plantas nativas do local.
A Cúpula dos Povos pretende demonstrar o poder da agroecologia de forma efetiva, com apoio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Associação Nacional de Agroecologia (ANA). Essas organizações estão fazendo um levantamento das safras de junho, para, além de garantir a qualidade, facilitar a logística e o armazenamento dos alimentos.
Como funciona o abastecimento
O sistema tem como referência o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Conab, implementado em 2003 com recursos dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O PAA compra alimentos produzidos por associações e cooperativas de agricultores familiares para abastecer instituições públicas, como escolas, creches e asilos brasileiros. E com o objetivo de tornar o processo ainda mais fácil, o programa não envolve licitações públicas e faz o pagamento diretamente aos agricultores registrados.
Segundo o Diretor da Conab, Silvio Porto, o programa tem uma relação direta com organizações sociais, porque dá autonomia aos pequenos agricultores para atuar em todo o ciclo. “A gestão não está mais com as organizações. Criamos condições para que os agricultores gerenciem toda a produção. Nosso objetivo é fortalecer cada vez mais a agroecologia, mas ainda temos muito a avançar”, destaca.
Hoje, o PAA viabiliza a produção de mais de 380 itens agrícolas diferentes – desses, 160 são agroecológicos –, produzidos a partir de 5 milhões de unidades produtivas no país. Em 2011, o programa atendeu cerca de 1.300 municípios.
“É extremamente importante canalizar a experiência do programa para a Cúpula dos Povos. Lá, mostraremos que é possível fazer uma política diferenciada, voltada para a agricultura familiar”, ressalta o diretor da Conab. Segundo Silvio, pela primeira vez a organização vai viabilizar o abastecimento para um evento do porte da Cúpula. “Direcionamos alimentos para eventos de no máximo 7 mil pessoas. A Cúpula será o nosso recorde”.
A conferência vai realizar a experiência da alimentação de milhares de pessoas por meio da articulação de organizações de diferentes áreas de atuação. No evento, os alimentos serão preparados a partir de receitas dos próprios agricultores. Também está previsto o envolvimento de movimentos de economia solidária para o preparo das refeições (almoço e jantar).
Nesse contexto, Silvio avalia a Cúpula dos Povos como um momento especial para o programa. “Levar o PAA para o contexto da Cúpula dos Povos é bastante simbólico. Não vamos só fornecer alimentos. Vamos fornecer alimentos saudáveis com identidade cultural e social”.
http://cupuladospovos.org.br/2012/03/produtos-da-agricultura-familiar-no-cardapio/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+CupulaDosPovosNaRio20+%28C%C3%BApula+dos+Povos+na+Rio%2B20%29
Veja o vídeo:  http://racismoambiental.net.br/2012/03/produtos-da-agricultura-familiar-no-cardapio/
Enviado por Tânia Pacheco

segunda-feira, 26 de março de 2012

VI Conferência do Faor acontece de 26 a 29 de março em Belém do Pará



Por Unipop

Temas polêmicos como os conflitos fundiários, as mudanças climáticas e a construção de usinas hidrelétricas na Amazônia estarão no centro do debate do evento. Na programação, os participantes vão discutir, ainda, a atuação do Fórum na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, que acontecerá no mês de junho, no Rio de Janeiro.
Com a realização da conferência, o Faor pretende fortalecer, também, a resistência ao capitalismo verde, que explora a natureza a serviço do lucro. “Queremos consolidar uma perspectiva crítica às políticas implementadas pelos últimos governos, que valorizam a construção de grandes projetos causadores de danos à natureza e que favorecem a violação aos direitos humanos na região”, afirma Aldalice Otterloo, membro da Executiva do Fórum.
Oficinas sobre os direitos da juventude, problemas fundiários, direitos das mulheres e o respeito à livre orientação sexual também terão espaço na programação.
resultado de todos os debates será sistematizado pelos grupos de trabalho, que vão organizar as ações do Fórum para o próximo período. As propostas serão votadas em uma assembleia, que acontecerá no quarto e último dia do evento.

» Acesse a programação do evento: parte 1parte 2parte 3.

domingo, 25 de março de 2012

MA: Grupo Suzano Papel e Celulose é o maior predador ambiental do Baixo Parnaíba


Foto divulgação internet

A decisão do Tribunal Regional Federal da primeira região, de suspender liminarmente licenciamentos concedidos pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Maranhão para o Grupo Suzano Papel e Celulose destruir de 42 mil hectares de reservas nativas de 12 municípios maranhense da região do Baixo Parnaíba foi recebido com festas por várias entidades da sociedade civil organizada, dentre as quais a Igreja Católica e a Fetaema, e muito mais por trabalhadores e trabalhadoras rurais, principalmente as vítimas da opressão violenta. O Grupo Suzano Papel Celulose com a conivência e até proteção de instituições públicas estaduais sempre impôs regras a proprietários e posseiros, e pesam sobre ele acusações de que teria incorporado ao seu patrimônio terras devolutas e outras áreas griladas em cartórios dos municípios da região.Ele nunca fez qualquer investimento que viesse a melhorar a vida dos pequenos agricultores, muito pelo contrário destruiu plantio nativos de babaçu, bacuri e piqui para plantar o famigerado eucalipto. Conseguiu ao longo dos quase 30 anos em que começou a sua peregrinação perversa por São Benedito do Rio Preto e Urbano Santos, expulsar milhares de famílias das suas posses, empurrando-as para grande centros para a formação de grandes bolsões de miséria, proporcionando a muitos jovens ingressarem nos vícios das drogas e da prostituição. Todo o relato que aqui faço mereceu denúncias de várias entidades e da Igreja Católica para os governantes do Estado, inclusive com muitas ações do Ministério Público Estadual, mas elas não prosperaram, diante da força do grupo pedrador nas entranhas do poder.

O pedido de suspensão do licenciamento concedido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente feito pelo Ministério Público Federal e acatado pelo Tribunal Regional Federal foi sustentado em que licenças para a área que compreende a Bacia do Rio Parnaiba, que divide o Maranhão e o Piaui é de responsabilidade do Ibama, por se tratar de área de propriedade da União. Muito oportuno deveria ser a imediata investigação sobre a incorporação de terras devolutas ao patrimônio do Grupo Suzano Papel Celulose, que deveriam ser utilizadas para a reforma agrária estadual e naturalmente para a produção de alimentos, mas atualmente ocupadas pelo eucalipto. Para que se tenha uma dimensão do protecionismo que é dado ao Grupo Suzano Papel Celulose, o Iterma tem todo o levantamento e informações das áreas devolutas, se ainda não tomou qualquer atitude, é decorrente do favorecimento que é dado ao grupo pedrador. Dentro de poucos dias voltarei ao assunto com mais importantes informações sobre o assunto.
Por: Aldir Dantas
http://blog.oquartopoder.com/aldirdantas/
Enviado por Edmilson Pinheiro, São Luís/MA/Brasil

Fórum Carajás: Notícias

Lago Bolonha que abastece a Grande Belém (PA) está ameaçado pela poluição

Água do Lago Bolonha não vai durar 

muito tempo


Lago está coberto por plantas (Foto: Janduari Simões) 


Há menos de dez anos quem quisesse fazer uma imagem do Lago Bolonha, na reserva do Utinga, depararia com uma imagem quase paradisíaca de um lago bonito, com cores vivas e águas aparentemente límpidas. Cerca de uma década depois, o cenário é outro. Quase não se vê mais a água, coberta por uma vegetação verde chamada de macrófitas e um assoreamento crescente. Indicadores claros de que algo errado está ocorrendo no principal abastecedouro de água de Belém. Responsável pelo fornecimento de água para aproximadamente 70% da Grande Belém, o Bolonha corre risco e pede ajuda. “O lago Bolonha está à beira de um colapso”, avalia Geraldo Basílio, 56 anos, membro do Fórum dos Lagos, formado por centros comunitários de bairros banhados pelos lagos Bolonha e Água Preta.
Basílio chegou ao bairro do Castanheira há cerca de 30 anos, quando o lago ainda aparecia majestoso, poucos metros de onde mora. O cenário hoje é outro. “Em uma reunião que participei, o representante da Secretaria Municipal do Meio Ambiente disse que o Bolonha estaria 80% coberto por macrófitas e 50% assoreado”, afirma o conselheiro do Parque Ambiental do Utinga, Raimundo Almeida, 38 anos.
“Os dois lagos têm curto tempo de vida. Estão sendo rapidamente assoreados”, alerta a professora Hebe Morganne, pesquisadora da Universidade do Estado do Pará (UEPA), que há anos pesquisa a ação humana em alguns dos principais reservatórios de água em Belém.
Segundo Morganne, se há macrófitas no lago, é porque há nutrientes, ou seja, nitrogênio e fósforo, cujas fontes provavelmente são de esgotos. “A água dos lagos está sendo abastecida por esgotos, o que mostra que há sim uma pressão urbana muito acentuada em torno dos lagos”, diz ela. Mesmo com a capacidade técnica para tratamento do líquido, o risco de contaminação é grande.
“Não se pode pensar isoladamente. No Brasil até as águas brutas tem limites permitidos pela legislação do Conama 357”, diz Hebe Morganne. A professora explica que o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) divide as águas superficiais em diferentes classes. “Cada classe tem padrões e limites de valores. Um corpo hídrico tem que ter requisitos de qualidade. Não posso, por exemplo, ter muita matéria orgânica em uma água que vai passar por tratamento convencional, como a cloração, porque posso gerar subprodutos tóxicos”, diz. “Temos que ter pelo menos um mínimo de não contaminação para que o tratamento da água seja mais eficaz e menos danoso. Isso porque o tratamento convencional não é eficaz para tudo”, complementa.
Poluição é o maior problema
O professor Carlos Bordalo, estudioso dos mananciais, acredita que os grandes agentes poluidores dos lagos, entretanto, não são exatamente as pessoas que moram ao redor dos mananciais. “A única ação que foi quase totalmente concluída para a proteção dos mananciais foi a construção de uma cerca em aramado, que é positiva no sentido de demarcar que ali há uma área a ser preservada, mas que de forma nenhuma impede a poluição das águas”, argumenta, embora não haja nenhuma afirmação no sentido de que apenas os moradores do entorno sejam responsáveis pela poluição dos lagos. “Quem na verdade polui os lagos é toda a cidade de Belém”, diz ele.
DIAGNÓSTICO
Num diagnóstico ambiental dos mananciais dos lagos Bolonha e Água Preta, as pesquisadoras Hebe Morganne, Katiuscia Fernandes do Nascimento e Mayre Martins ressaltam a pressão urbana sobre os mananciais. “O aumento da densidade demográfica nas quatro últimas décadas, decorrentes, sobretudo, da migração urbana dos municípios das Zonas Bragantina e do Salgado paraense em direção a Belém forçou a instalação de núcleos urbanos pela área periférica da cidade. Com isso, vieram todos os problemas decorrentes da ocupação sem planejamento e infra-estrutura urbana adequada. Neste contexto estão inseridos os Mananciais do Utinga – Lagos Bolonha e Água Preta – principais mananciais de abastecimento de água potável da cidade de Belém”, afirmam.
Ao avaliar a qualidade das águas superficiais dos lagos, as pesquisadoras perceberam que, pelo menos por enquanto, não foram registrados valores alarmantes em relação aos indicadores físico-químicos. “Os parâmetros turbidez e cor apresentaram-se dentro do limite permitido pela Resolução CONAMA nº020/86. Entretanto, o parâmetro pH apresentou, em alguns pontos, valores ligeiramente abaixo do permitido por esta resolução”. O pH da água determina a solubilidade da água e a disponibilidade biológica dela.
“Deve-se evitar que sejam despejados esgotos domésticos nos lagos. Levando-se em consideração que existem algumas nascentes dos lagos que não pertencem à Cosanpa, propõe-se que estas sejam adquiridas com o intuito de se consolidar a preservação destes mananciais”, ressaltam as pesquisadoras. “Há uma crescente área de ocupação próxima aos lagos que está despejando dejetos. As plantas que estão crescendo causam também o risco de entupimento dos canos na captura da água”, admite o diretor de Expansão e Planejamento da Cosanpa, Alfredo Barros. “Estamos captando recursos para fazer a limpeza dessas macrófitas”, assegura. (Diário do Pará)
Enviado por José Oeiras - Fórum dos Lagos

quinta-feira, 22 de março de 2012

VI Conferência do FAOR, 26 a 29 de março, no Parque dos Igarapés - Belém do Pará

A VI Conferência do FAOR tem por objetivo central fazer uma avaliação crítica do modelo de desenvolvimento na Amazônia e atualizar sua plataforma de ação, posição política de participação do FAOR na RIO + 20 bem como potencializar um processo mais amplo de construção da resistência ao capitalismo verde. 

Serão debatidas a reafirmação e consolidação de uma perspectiva política e ideológica de questionamento não somente do atual modelo hegemônico de desenvolvimento, mas reafirmando valores e experiências vivenciadas por mulheres e homens, comunidades quilombolas, povos indígenas, extrativistas, ribeirinhos, agricultores(as) familiares e camponeses, pescadores, cujos modos de vida e visões de mundo chocam-se frontalmente com a perspectiva mercadológica da vida, por partirem de outra lógica de relação com a natureza, por meio de produção e sobrevivência de maneira sustentável e de uma economia pautada na solidariedade, parâmetros fora do capitalismo, compartilhada e apoiada por diversas ONGs e movimentos sociais articulados na rede FAOR.
Enviado por Marquinho Mota
Veja também em:
http://faor.org.br/faoremfoco.php?&cid=25#editorial