quinta-feira, 5 de julho de 2012

Munduruku em Jacareacanga, no Pará, pedem presença do governador

Em reunião com policiais e representantes da Funai não houve acordo.
Governo enviou tropas de segurança para o município.

 

Não houve acordo durante a reunião realizada na noite desta quarta-feira (04) entre representantes da Superintendência Regional da Polícia Civil no Tapajós e da Fundação Nacional dos Índios (Funai) com os índios Munduruku que atacaram uma unidade da polícia militar no município de Jacareacanga, sudoeste do Pará. As negociações, porém, devem ser retomadas nesta quinta-feira (05).
Segundo o superintendente, ele e os dois representantes da Funai estão impedidos pelos indígenas de sair do município, porém os índios não teriam usado violência. Os Munduruku exigem a presença do governador, Simão Jatene, ou do Secretário de Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), no local.
A Segup enviou ao município de Jacareacanga um efetivo do Comando de Missões Especiais (CME), da Polícia Militar. A tropa é especializada em gerenciamento de crises e situações de alta complexidade. Uma equipe da Polícia Civil também seguiu para o município, para reforçar o trabalho dos órgãos de segurança. Porém os agentes aguardam o término das negociações para entrar no município.
Segundo o delegado geral da Polícia Civil no Pará, Nílton Athaide, não há insegurança em Jacareacanga, já que os indíos não praticaram nenhum outro ato deste o ataque a unidade da PM, porém o clima seria de tensão.
O protesto dos índios foi contra a liberação de dois dos quatro suspeitos de assassinar um Munduruku na semana passada no município. "Apenas dois participaram efetivamente do fato e, em relação aos outros dois, não tínhamos evidências e eles foram, nesse primeiro momento, liberados. Isso causou a indignação dos indígenas", explica Nílton Athaíde.
Uma das lideranças indígenas, por telefone, conversou com a reportagem da TV Liberal, em Belém, e disse que os índios perderam o controle durante o ato e que eles não planejavam destruir a unidade da PM. "A nossa proposta não era para quebrar a delegacia. Queríamos que os criminossos, que fizeram isso com nosso irmão fossem punidos. Ele não deveria ter morrido do jeito que morreu", explicou Waldemiro Manhauary, líder indígena.
Entenda o caso
Na madrugada da última terça-feira (03), além de incendiar a unidade da PM em Jacareacanga, cerca de 50 índios Munduruku teriam perseguido e atirado flechas contra os quatro políciais militares que trabalhavam no município.
"Eles nos seguiram em uma caçamba e em duas motos, mas nosso carro era mais rápido e eles não nos alcançaram. Eles atacaram a viatura com porretadas e flechas, mas não atropelamos nem atiramos em ninguém. Também tinham duas barricadas na estrada, mas conseguimos passar por elas e nos escondemos no mato. Então passamos a monitorar a situação por telefone com a ajuda de amigos que estavam na cidade", conta Antônio Cajado, Comandante da PM de Jacareacanga. Um dos policiais ficou ferido.
"Eles não chegaram para conversar com a gente. Chegaram já atirando flechas. Eu acho que eles foram lá para nos matar", considera o cabo Raimundo Nonato Rodrigues.
Segundo a polícia, na confusão, os índios retiraram do prédio duas armas tipo carabina e um revólver calibre 38.
Fonte:http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2012/07/munduruku-em-jacareacanga-no-para-pedem-presenca-do-governador.html

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