Fabiano Ávila, do Instituto CarbonoBrasil
A Comissão Europeia aprovou nesta segunda-feira (29) a suspensão por dois anos de três pesticidas da família dos neonicotinoides – tiametoxam, imidacloprida e clotianidina – que foram considerados perigosos para a população de abelhas do continente.
Quinze Estados-membros votaram a favor da suspensão, oito foram contrários e quatro abstiveram-se. Foram a favor: Espanha, Alemanha, França, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Estónia, Chipre, Letônia, Luxemburgo, Eslovênia, Malta, Holanda, Polônia e Suécia. Já Reino Unido, Itália, Portugal, República Tcheca, Áustria, Hungria, Romênia e Eslováquia foram contrários, argumentando que a decisão prejudicará a produção de alimentos.
Por não ter sido alcançada a maioria qualificada necessária para a aprovação imediata da suspensão, ficou a cargo da Comissão Europeia decidir se adotaria ou não a medida. Foi então que Tonio Borg, comissário europeu para a Saúde e Defesa do Consumidor, não deixou dúvidas de que a partir de dezembro os pesticidas estarão suspensos.
“Prometo fazer o meu melhor para garantir que as nossas abelhas, que são tão vitais para o nosso ecossistema e contribuem com mais de 22 bilhões de euros anuais para a agricultura europeia, estejam protegidas”, declarou Borg.
A decisão foi comemorada por entidades ambientais e pela Autoridade Europeia para Segurança Alimentar (AESA), que formalizou o pedido pela suspensão. Em janeiro, a AESA apresentou uma análise declarando que os neonicotinoides representam uma série de riscos às abelhas.
A Bayer, uma das fabricantes dos pesticidas suspensos, negou que seu produto faça mal às abelhas. “Estamos convencidos de que os neonicotinoides são seguros quando utilizados de maneira responsável. As evidências científicas disso não foram levadas em conta no processo político de decisão pela suspensão.”
No Brasil, o IBAMA publicou em outubro um estudo sobre os efeitos dos agrotóxicos sobre as abelhas silvestres. A publicação é um levantamento que destaca a importância do serviço ambiental de polinização, os principais agentes polinizadores nas diversas regiões do país e os efeitos dos agrotóxicos nas abelhas silvestres, abordando os efeitos letais e subletais.
(Instituto CarbonoBrasil)
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