terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Organizações do Bico do Papagaio promovem o lançamento da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida



As Organizações não-governamentais do Bico do Papagaio promoveram no dia 22 de novembro, na sede da Associação da Comunidade dos Jovens Unidos em Cristo - ACOMJUC, em Augustinópolis, o I Seminário Regional sobre os Impactos dos Agrotóxicos na Saúde e Ambiente e o Lançamento da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.
O evento teve como objetivo sensibilizar a população sobre os prejuízos causados pelo uso dos agrotóxicos à saúde humana e ao meio ambiente e, ainda alertar sobre a importância do consumo consciente e alternativas de produção com base agroecológica.

Houve a apresentação de diversas palestras sobre o tema, dentre estas a “Modelo agrícola em disputa: agronegócio e agroecologia”, ministrada por Alan Tygel, representante da Coordenação Nacional da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida e do Medico e Professor Wanderlei Pignati da Universidade Federal do Mato Grosso-UFMT que abordou o tema “Os impactos dos agrotóxicos na saúde e no ambiente".

No período da tarde, foram realizadas duas mesas de debate com os temas “Diagnóstico da situação do uso de agrotóxicos no Tocantins” e “Ações desenvolvidas pelo Poder Público estadual e sociedade civil sobre os agrotóxicos” com a participação de representantes do Comitê Estadual, Nacional, Governo do Estado e da APA-TO.

Ainda durante o Seminário foi lançada a Campanha contra os Agrotóxicos e Pela Vida com a aprovação da Carta de Fundação do Comitê Regional da Campanha. De acordo com a organização do evento, o seminário superou as expectativas reunindo cerca de 160 pessoas dos diversos municípios da região do Bico do Papagaio que teve como publico participantes agricultores(as) familiares, assentados)(as, quebradeiras de coco, pescadores(as) artesanais, quilombolas, lideranças do movimento sindical e das organizações populares, técnicos da extensão rural, religiosos(as), professores, estudantes, profissionais da saúde, pesquisadores, representantes do poder público e organizações não-governamentais.

O Seminário foi organizado pela APA-TO - Alternativas para a Pequena agricultura do Tocantins, FETAET - Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais na Agricultura do Tocantins, AMB – Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais de Buriti , MIQCB – Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, ASMUBIP- Associação Regional das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio, COOAF-Bico – Cooperativa de Produção e Comercialização dos Agricultores Familiares Agroextrativistas e Pescadores Artesanais de Esperantina Ltda., CPT - Comissão Pastoral da Terra, Diocese de Tocantinópolis/Pastorais Sociais. Em parceria com Prefeitura de Augustinópolis e apoio da CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviços, Cáritas Brasileira e MISEREOR.
“ O encontro nos trouxe informações valiosíssimas, com dados de pesquisas irrefutáveis e realizadas por pesquisadores sérios, o quanto é perigoso para a saúde humana e meio ambiente o uso de venenos, que está ocorrendo tanto no campo como na cidade, e o quanto as pessoas correm perigo pela falta de informações, pois estamos comendo alimentos contaminados por uso de agrotóxicos que são vendidos livremente, inclusive os já banidos em outros países”, comentou João Palmeira, assessor da APA-TO.
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Carta de Fundação do Comitê do Bico do Papagaio da
Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
Augustinópolis, 22 de novembro de 2012
Nós, presentes ao Seminário do Bico do Papagaio, realizado no dia 22 de novembro de 2012 na cidade de Augustinópolis (TO) consideramos que o problema dos agrotóxicos chegou a um ponto em que não é mais possível ficar calado.
Vemos o agronegócio avançando sobre nossas terras, trazendo a soja, o eucalipto, a teca e outros monocultivos que utilizam grandes quantidades de venenos e que fizeram com que o Brasil se tornasse o maior consumidor de agrotóxicos do mundo.
Durante o seminário, vimos como o modelo do agronegócio se espalha pelo país e os danos à saúde da população que ele causa. Vimos os perigos que os agrotóxicos representam, ao mesmo tempo em que o governo incentiva cada vez mais sua utilização.
O diagnóstico de uso de agrotóxicos no Bico do Papagaio revelou que o uso dos venenos também é bastante grande na agricultura familiar e em nossos acampamentos e assentamentos de reforma agrária, muitas vezes incentivada pelas políticas agrícolas e pelos técnicos. Vimos os grandes investimentos do governo em projetos do agronegócio, e muito pouco sendo feito pela preservação do meio ambiente e pela promoção da agroecologia.
Diante disso, nós, agricultores(as) familiares, assentados(as), agrônomos, quebradeiras de côco de babaçu, pesquisadores, profissionais da área de saúde, estudantes, educadores, autoridades políticas (prefeitos e vereadores), pescadores(as) artesanais, extensionistas rurais, extrativistas, religiosas, presentes neste seminário, nos comprometemos a implementar no Bico do Papagaio o Comitê Regional da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida para seguir na luta pelo banimento dos venenos e na promoção da agroecologia enquanto base de modelo de produção de alimentos saudáveis para toda a população.
Assinam,
APA-TO
FETAET
STTR´s
CPT
ASMUBIP
AMB
MIQCB
COOPTER
COOAF-Bico
Associação São Francisco de Assis
Visão Mundial
CONSAD
Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador – Araguatins
Acadêmicos de enfermagem da FABIC
Bina - Prefeito eleito de Esperantina - TO
Enviado por Rossilan Rocha, Articuladora da ANA Amazônia, via Yuki Ishii,APA-TO 

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