Ricardo Souza, diretor-executivo da Abrange (Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados), disse que Europa e países como Japão, Austrália e Coreia do Sul recusaram alimentos geneticamente modificados.
“[Estes países] não querem ver transgênicos na mesa deles de jeito nenhum, nem que os animais que comeram transgênicos cheguem às suas mesas”, disse o diretor-executivo recentemente à Agência Brasil.
Essas decisões têm fundamentos bastante sérios.
Em setembro de 2012, o CRIIGEN (Committee for Research and Independent Information on Genetic Engineering), uma equipe de cientistas dirigida pelo professor Gilles-Eric Séralini, da Universidade de Caen, na França, divulgou os resultados de uma pesquisa sobre a alimentação transgênica em ratos. Durante dois anos os ratos foram alimentados com milho transgênico NK 603, junto ou não com o herbicida glifosato, ambos da Monsanto (a maior indústria de OGMs e transgênicos do mundo). Muitos ratos desenvolveram tumores renais e enormes tumores mamários, e a taxa de mortalidade foi mais elevada que a normal (veja o documentário “OGM: o momento da verdade”)
O governo italiano também investigou o uso alimentar do milho geneticamente modificado da Monsanto em ratos e os resultados mostraram diversas reações anormais em seu sistema imunológico, compatíveis com estados alérgicos, infecciosos e inflamatórios, que aparecem em doenças como artrite, esclerose múltipla e câncer.
Num estudo com outro tipo de milho geneticamente modificado da Monsanto, surgiram alterações imunológicas nos ratos que são encontradas em doenças como asma, intoxicações hepáticas e renais. Os cientistas concluíram que os OGMs e transgênicos testados provocam alterações perigosas em animais, são um risco para a saúde humana e precisam de estudos e pesquisas muito mais sérias e profundas.
Depois das pesquisas da equipe francesa liderada por Séralini, por exemplo, sabe-se que o consumo de um dos tipos de milho geneticamente modificados pela Monsanto aumenta em três vezes o risco de câncer.
Em várias partes do mundo animais vêm apresentando problemas depois do início da alimentação com grãos geneticamente modificados.
Jeffrey Smith, diretor do ‘Institute for Responsible Technology’, perito em OGMs e transgênicos,viajou pelo mundo pesquisando animais alimentados com OGMs e transgênicos.
“Quando permitem que o gado se alimente de plantas de algodão-Bt (algodão transgênico), depois da colheita, milhares de ovelhas, cabras e búfalos morrem. Muitos outros adoecem. Visitei uma aldeia onde durante sete ou oito anos permitiram aos búfalos pastar plantas de algodão natural sem nenhum problema. Porém, em 3 de janeiro de 2008, permitiram aos seus 13 búfalos pastar algodão-Bt pela primeira vez. Depois de um único dia, todos morreram. Essa aldeia perdeu igualmente 26 cabras e ovelhas”, disse Jeffrey num comunicado do Instituto.
Nos EUA, criadores de porcos e vacas também têm enfrentado problemas depois da introdução da ração transgênica: muitos porcos machos têm se tornado estéreis e vários problemas de fecundação vêm ocorrendo com porcas e vacas, tais como pseudo-gravidezes, incapacidade de formar fetos e outros problemas desenvolvidos.
Jerry Rosman, ex-criador de porcos nos EUA, é um dos prejudicados: perdeu US$ 1 milhão, sua fazenda e praticamente tudo o que tinha, devido a esses graves problemas reprodutivos. Numa entrevista dada a Jeffrey Smith, no documentário “Monsanto: patente do gene do porco”, Jerry diz: “Sabe-se que eles [indústrias de transgênicos] nos mentiram. Disseram que esses produtos eram seguros. Foram oferecidos a nós e por fim descobri que não haviam sido testados.”
Mas Jerry persistiu e vem fazendo estudos com gado: “Há quatro anos esses animais eram estéreis. Retiramos o milho [geneticamente modificado], fizemos com que comessem grama verde e eles se reproduziram.”
Problemas na saúde humana
A revista científica ‘Reproductive Toxicology’ publicou um estudo feito por médicos canadenses no Sherbrooke University Hospital, o qual revelou a presença da toxina Bt do milho transgênico no sangue de mulheres grávidas e de seus fetos, e também em mulheres não grávidas. Nesse estudo, a toxina Bt foi encontrada em 93% das mulheres grávidas, em 80% dos bebês e em 67% de mulheres não-grávidas.
Isso significa que a toxina Bt introduzida por manipulação genética nos grãos de milho passa sem nenhuma dificuldade para o sangue humano, o que contraria as repetidas afirmações das indústrias e dos cientistas que produzem transgênicos – e até mesmo da Agência de Proteção Ambiental dos EUA – que garantiam que a toxina seria destruída em nosso estômago, durante o processo digestivo, e não haveria nenhum risco para a saúde humana.
A toxina Bt deriva de uma bactéria encontrada no solo chamada Bacillus thuringiensis. O pedaço do gene da bactéria que produz essa toxina (que rompe o estômago de certos insetos) é introduzido artificialmente no gene do milho, que, depois disso, transforma-se no transgênico “milho-Bt”.
Ao contrário de serem inofensivas, as plantas transgênicas-Bt têm se mostrado bastante tóxicas. Milhares de trabalhadores rurais têm manifestado sérios problemas alérgicos, necessitando do uso contínuo de remédios, apenas por trabalharem com algodão transgênico que produz a toxina Bt: erupções cutâneas por todo o corpo, alergias respiratórias, coceiras constantes etc.
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