quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Produção orgânica é mais lucrativa


Agricultura ecológica pode render ganhos 25% superiores em relação à convencional.
Celso Martins
Quando ninguém ainda falava em agricultura orgânica, praticada sem uso de agrotóxicos, Odilon Francisco Alves já estava no ramo, usando técnicas e procedimentos que recebeu de herança de seus antepassados. Com 61 anos de idade, residente em Ratones, ele começou na atividade em 1971, quando adubos e defensivos químicos não eram fornecidos em larga escala como acontece atualmente.

"Eu uso 30% de esterco de pinto e 70% de esterco de gado. Tem que fazer essa mistura, pois o mais forte é o do pinto, que não pode ser usado sozinho, pois queima as plantas", ensina Odilon, que se acorda todos os dias por volta das 6 horas, trata as cerca de 30 cabeças de gado que possui e vai para a plantação de legumes e verduras junto com a esposa e um cunhado. "Dá para o gasto", garante, não tendo "nada do que reclamar".


Odilon é um dos muitos produtores orgânicos da região metropolitana da Florianópolis, cuja atividade possibilita um valor agregado 25% maior do que na agricultura convencional. A informação está num estudo que acaba de ser divulgado pelo Instituto Cepa, órgão da Secretaria Estadual de Agricultura - "A agricultura orgânica na região da Grande Florianópolis - Indicadores de desenvolvimento", elaborado com recursos do Fundo Rotativo de Estímulo à Pesquisa Agropecuária (Fepa).


Nascido na praia do Forte, onde se tornou pescador aos 8 anos de idade, Odilon casou em 1971, ano em que foi residir em Ratones, iniciando a horticultura orgânica. É ele quem produz parte dos alimentos que chegam às mesas dos consumidores de Florianópolis: rúcula, chicória, alface, radicci, espinafre, couve, cebola verde e salsa, entre outros produtos. 


Ele trabalha numa área de aproximadamente 34 mil metros quadrados, pouco mais de três hectares, repleta de canteiros cobertos com plásticos furados por onde saem as plantas. "Se não colocar essa cobertura a gente não dá conta de tirar o mato que cresce. A terra é boa e bem adubada, então tudo cresce muito bem aqui", explica. "Dá muito trabalho cuidar disso tudo, mas compensa, pois o pessoal hoje em dia prefere o que é plantado sem veneno", acrescenta.

Enviado por Associação Ipê

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