Temos que
aprender a ser índios, antes que seja tarde. Foi essa a principal mensagem dada
pelo antropólogo Eduardo Viveiros de Castro na mesa “Tristes Trópicos”,
realizada no sábado, dia 2, na Festa Literária Internacional de Paraty.
Segundo
o pesquisador, neste momento em que o planeta passa por uma situação de
“catástrofe climática” e está sendo transformado em um “lugar irrespirável”,
devemos aprender com os povos indígenas “como viver em um país sem destruí-lo,
como viver em um mundo sem arrasá-lo e como ser feliz sem precisar de cartão de
crédito”. “O encontro com o mundo índio nos leva para o futuro, não para o
passado”, disse ele.
O antropólogo comparou a situação dos índios no Mato Grosso do Sul com a dos palestinos na Faixa de Gaza. Segundo ele, os Guaranis do Estado vivem ou nas beiras de estrada ou confinados em reservas mínimas, das quais são frequentemente expulsos pelas pressões do agronegócio: “O MATO GROSSO FOI TRANSFORMADO EM UM NADA, A CUSTA DE QUE SE POSSA PLANTAR ALI SOJA, CANA E BOTAR GADO PARA EXPORTAÇÃO, PARA ALIMENTAR OS PAÍSES CAPITALISTAS CENTRAIS. DEVIA CHAMAR MATO MORTO, OU EX-MATO”. E continuou: “OS ÍNDIOS ESTÃO VENDO O CÉU CAIR EM SUAS CABEÇAS. MAS DESSA VEZ VAI SER NA CABEÇA DE NÓS TODOS.”
Leia artigo completo aqui: Marcos Grinspum Ferraz
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